Copan SP


O Copan é um dos mais importantes e emblemáticos edifícios da cidade de São Paulo, localizado no número 200 da Avenida Ipiranga, no centro, e foi inaugurado em 1966.

É um símbolo da arquitetura moderna brasileira, concebido pelo arquiteto Oscar Niemeyer com projeto estrutural do engenheiro Joaquim Cardozo, visando às comemorações do Quarto Centenário da cidade de São Paulo.

Copan SP

A obra, contudo, foi iniciada apenas em 1957, com algumas alterações, e executada com a ajuda de Carlos Lemos.

O prédio tem a maior estrutura de concreto armado do país, com 115 metros de altura, 32 andares e 120 mil metros quadrados de área construída, dividida em seis blocos, com um total de 1 160 apartamentos de dimensões variadas, numa estimativa de cinco mil residentes das diferentes classes sociais e mais de setenta estabelecimentos comerciais.



Descrito como tendo “linhas sinuosas e elegantes”, é considerado a maior estrutura de concreto armado do Brasil. O principal intuito era ser considerado um grande centro urbanístico, assim como o Rockfeller Center, porém, principalmente pelo fato de a cidade de São Paulo, naquele contexto, demonstrar um enorme potencial para o mercado imobiliário e turístico, o edifício teve seu plano original alterado.

O projeto do Edifício Copan foi realizado na década de 1950, época em que São Paulo experimentava expansão e crescimento. A modernidade das indústrias havia se intensificado havia pouco tempo no Brasil, e as cidades ainda se encontravam em transformação física e social. Ao passo que o avanço da industrialização ultrapassava as fronteiras da cidade, a população condensava-se cada vez mais na área central da cidade, com consequente verticalização das construções e aumento da especulação imobiliária.

São Paulo também preparava-se para ser considerada uma grande metrópole e, desse modo, precisaria de elementos para representar sua grandiosidade de alguma forma. O Edifício Copan, com emblemático e diferenciado projeto, exerceria bem esse papel, sendo símbolo da arquitetura moderna brasileira e do desenvolvimento econômico da capital paulista.

A arquitetura do edifício teve como objetivo dissipar os ângulos retos da maioria dos prédios, contando com um formato que se elevasse na paisagem. Segundo Oscar Niemeyer, ângulos retos não atraíam o público, mas, sim, curvas.

O Copan foi um dos grandes projetos para São Paulo apresentados por Oscar Niemeyer em 1951, encomendado para o IV Centenário da cidade (que viria a ser comemorado em 1954). A ideia era inspirada no Rockefeller Center, de Nova York, condomínio que unia um grande centro comercial e de lazer a residências.

A campanha publicitária que lançou o empreendimento previa uma “chuva de dólares para o país” advinda de receitas do turismo, mas em questão de meses o governo federal liquidou extrajudicialmente o Banco Nacional Imobiliário (BNI), que era o responsável pelo repasse dos investimentos, provocando desinteresse da PanAm, a principal financiadora. A obra ficaria parada até 1957, quando o Bradesco assumiu o projeto.

Niemeyer relaciona a obra na autobiografia, apesar da insatisfação quanto ao Copan, cuja execução entregou a Carlos Lemos ao ver o edifício residencial apenas no terceiro piso durante as festas dos quatrocentos anos, e também porque estava a caminho de Brasília. O edifício Copan seria durante os anos 1950, 1960 e 1970 a imagem da “São Paulo moderna”. Porém o arquiteto desinteressou-se pelo trabalho quando suas ideias iniciais não foram totalmente atendidas e acabou delegando a terceiros o desenvolvimento do projeto de execução.

O Copan que vingaria é fruto isolado do projeto da Companhia Pan-Americana de Hotéis e Turismo (criada por ocasião dos festejos do IV Centenário), que previa um hotel vizinho e ainda mais grandioso, uma laje ligando os dois prédios e sustentando um restaurante, além de piscina, galeria de lojas, jardins suspensos e garagens subterrâneas. A obra foi truncada pela quebra do BNI, e a conclusão do edifício residencial levou quinze anos.[11] No prédio bem menor do que seria o hotel funciona hoje uma agência do Bradesco, que absorveu o BNI.

Quase tudo foi executado, com exceção do hotel e do teatro. Apesar de o edifício estar totalmente fora da sua concepção original, podendo ser atribuída a Niemeyer somente a forma exterior, continua sendo um marco referencial da maior importância para a leitura da cidade, persistindo como um dos símbolos da modernidade urbana do Centro Novo.

Com o declínio do Centro nos anos 1970, o edifício entrou em decadência e durante muitos anos sua imagem esteve associada a um ambiente conturbado e chegou a ser considerado cortiço vertical. Após a década de 1990, com o início da revitalização do Centro, o COPAN atraiu a classe média, em busca de moradia de qualidade, bem localizada e com preços mais baixos.

Nos anos 1980 ainda era visível o contraste entre os blocos, já que o Bloco D tem apartamentos de três quartos, com moradores de alto poder aquisitivo, enquanto no Bloco B, considerado o mais pobre do prédio, há 448 quitinetes e 192 apartamentos de quarto e sala conjugados. Nas duas décadas anteriores, teria sido esse bloco que dera má fama ao prédio, por causa de assaltos, brigas, gritaria e batidas policiais.

Nessa época, era no edifício que o jornalista Nélson Townes buscava inspiração para a sua coluna “Histórias da Boca”, publicada pelo jornal Notícias Populares. Tal fama começou a mudar em 1986, quando o prédio passou a ser administrado pelos próprios moradores, em vez de por uma imobiliária, o que permitiu alguma pressão a proprietários para que não alugassem seus imóveis para pessoas “de comportamento duvidoso”. Atualmente vivem no Copan pessoas de várias classes sociais e ocupações das mais diversas: manicures, engenheiros, publicitários, jornalistas, estilistas, arquitetos etc.

O edifício Copan tem inspirado escritores, cineastas, fotógrafos e outros artistas do mundo todo. Em 1994 a escritora brasileira Regina Rheda lançou o livro de contos Arca sem Noé – Histórias do Edifício Copan, que ganhou o prêmio Jabuti no ano seguinte. O conto “O mau vizinho”, presente no livro, recebeu o prêmio Maison de l’Amérique Latine em 1994. Arca sem Noé — Histórias do Edifício Copan está publicado também em inglês com o título de Stories From the Copan Building, dentro do volume First World Third Class and Other Tales of the Global Mix, publicado pela University of Texas Press.



Em 2010, o Copan pretendia tornar-se o primeiro edifício de São Paulo com anúncio na fachada após a aprovação da Lei Cidade Limpa, que previa o uso de publicidade em “melhorias urbanas, ambientais e paisagísticas”.

Como a fachada nunca tinha passado por reparos desde a inauguração do prédio, em 2014 havia uma queda constante de pastilhas e blocos de concreto, que levou o condomínio a colocar uma rede de proteção. O síndico alegou que as obras para reforma, orçadas em 23 milhões de reais, não tinham sido aprovadas em três assembleias de condomínio. Por causa disso, ele questionava moradores que teriam falado que a fachada estava “em ruínas”: “[Os moradores] não podem reclamar. Ninguém topou a reforma.”

Para seu aniversário de cinquenta anos, em 2016, foram realizadas diversas reportagens, entre elas um documentário pela GloboNews, com direção da diretora e roteirista Cristina Aragão, chamado “Copan 60 Horas”, que abordou como o edifício interfere na vida de seus moradores diariamente e a relação destes com ele

Copan SP Arquitetura

O edifício Copan, como um símbolo da cidade de São Paulo é um marco da arquitetura modernista no Brasil. É a maior estrutura de concreto armado do país, com 115 metros de altura e 120 mil metros de área construída.

Com a utilização da liberdade formal, leveza, materiais curvilíneos, o modernismo deixa de seguir padrões europeus e norte americanos e passa a expressar sua própria cultura.

Sem ornamentos típicos da arquitetura antes vista no Brasil e no mundo, o edifício inova na época em que se constrói (1951-1967), com a leveza de sua fachada e organicidade das formas, quebrando ângulos retos do centro da capital paulista A projeção de lotes de geometria irregular funciona como uma extensão da rua.

Com a arquitetura livre, Oscar Niemeyer pretendeu transformar a realidade, fazendo a sugestão de dissolução do lote, no centro da cidade. Buscando o racionalismo e o funcionalismo, o arquiteto buscava integrar o projeto com o entorno e a paisagem.

Copan SP Visita

As visitas ao Copan são gratuitas e podem ser realizadas apenas em dias úteis, com obrigatoriedade de agendamento prévio. Os horários permitidos são das 10h às 10h30 e das 15h às 15h30.

Copan SP O Que Fazer

Conheça algumas dicas do que fazer em uma visita ao Copan:

Bar da Dona Onça

Aberto em 2008, o Bar da Dona Onça trouxe um novo público ao prédio. Seguindo a estética do Copan, com lambris de madeira, paredes pretas, e muitas estampas de oncinha, os grandes vidros que revelam a rua interna – com direito a mesas ao ar livre.
Concorrido na hora do almoço, quando é frequentado por executivos da região, e nos fins de semana, quando o público muda para jovens descolados e famílias, apoia-se em uma certa interpretação da culinária do interior do Brasil – cortesia da chef Janaína Rueda (a “Onça” proprietária).

Temaki Café

O Temaki Café tem saborosos temakis e combinados – alguns deles batizados com nomes e letras dos blocos do edifício. Os mais ousados, porém, podem aproveitar a especialidade: as surpresas do chef cearense Toninho-San. Ele promove um menu degustação (R$ 76), regado a molhos que ultrapassam o shoio – como fatias de amêndoas ou limão.
O mais tradicional temaki de salmão especial, com cebolinha e cream cheese, custa R$ 13,90 (quem come três paga apenas dois). Com ambiente pequeno, mas bem dividido em dois andares, costuma ter boa trilha sonora ambiente de jazz à noite – horário em que costumo frequentá-lo. Pena que não fique aberto até mais tarde.

Pizzaria Copan

A Pizzaria Copan é outra aposta certeira – e a preferida dos moradores, tanto para o delivery como para saborear in loco.

Se sua fome for moderada, ou estiver sozinho, peça a chamada ‘individual’, opção econômica de um pedaço bem servido (maior do que costumam ser as ‘brotinhos’), com direito a um suco natural ou refrigerante. Ou aposte nas boas massas em meio ao ambiente repleto de fotos da construção do Copan, e dele pronto, em boa metalinguagem.

Café Floresta

Se quiser observar o movimento dos moradores do prédio, reunidos a uma infinidade de trabalhadores e visitantes, coroe a sua refeição com um café espresso no Floresta.

Tradicionalíssimo – está há 38 anos no Copan, sob o comando de uma família portuguesa – oferece espressos de sabor imbatível, nos velhos moldes do café servido no balcão. Gosto especialmente dos cafés tirados pela simpática funcionária Cecília. E, bem, o Floresta é a última loja a fechar na galeria, como um farol.

Pivô

A mais nova atração para os visitantes tem apelo visual e atende pelo nome de Pivô, um misto de galeria de arte e residência de artistas. A abertura em setembro de 2012 foi comemorada pelos moradores, pois além do ótimo objetivo, a Pivô ocupa o maior dos imóveis do térreo – que esteve vazio por 20 anos.

Com lugares dedicados a artistas de outras galerias da cidade, percorrer esse imenso espaço é passar também pelas entranhas do edifício. Ela volta a abrir ao público em março com projetos dos artistas Feco Hamburger e Letícia Ramos e uma exposição da galeria Mendes Wood, com tema a ser definido.

Copan SP Metrô

As estações de metrô próximas ao Copan são:

  • Estação República – linhas 3–Vermelha, operada pelo Metrô de São Paulo, e 4–Amarela
  • Estação Anhangabaú – Linha 3–Vermelha – Saída pela Rua Xavier de Toledo

Horário de Funcionamento Copan SP

  • Segunda a sexta das 10h30 as 15h30

Onde Fica, Endereço e Telefone Copan SP

  • Av. Ipiranga, 200 – República – São Paulo – SP
  • Telefone: (11) 3259-5917

Outras informações e site

Mapa de localização



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