A Secretaria de Estado da Saúde confirmou, nesta sexta-feira (4), a liberação de R$ 2 milhões para a Santa Casa de Franca (SP), que chegou a paralisar serviços em razão de uma dívida de R$ 8 milhões com fornecedores de medicamentos. Os recursos, previstos para estarem disponíveis a partir dessa semana, atendem em parte a uma solicitação da unidade, que pediu um aporte de R$ 6 milhões do Estado para normalizar suas atividades.
De acordo com o presidente da Santa Casa, Luís Aurélio Prior, o repasse emergencial foi garantido pelo Estado há duas semanas. Com isso, a unidade vem retomando aos poucos atendimentos em diferentes setores, como reabilitação e serviços de imagens, além da quimioterapia e radioterapia, que estavam normalizadas desde 17 de dezembro, com o uso de estoque de emergência.
“Quando suspendemos os serviços estávamos praticamente no limite de estoque e sem diálogo com a Secretaria da Saúde. Há 15 dias retomamos a conversa e a partir dela fomos acertando que haveria esse aporte. Com isso, foi possível retomar atendimento sabendo que teríamos recursos para repor estoque”, afirmou Prior ao G1.
A verba do Estado permitirá a retomada de exames laboratoriais e de cirurgias eletivas oncológicas – com 180 pacientes na espera – a partir da próxima semana, mas ainda não é suficiente para que cirurgias de outras especialidades sejam realizadas, segundo o presidente da Santa Casa. “Na próxima semana as conversas continuam para buscarmos uma solução definitiva”.
Em um primeiro momento, o montante de R$ 2 milhões será usado para a compra à vista de medicamentos, alegou o presidente. A dívida de R$ 8 milhões, no entanto, só será quitada depois que novos repasses forem confirmados.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde comunicou que repassou, desde 2011, R$ 27 milhões em recursos extras à Santa Casa. “É importante que o hospital retome o atendimento eletivo o quanto antes para não prejudicar a população usuária do SUS”, informou.
Estadualização
Paralelamente às discussões por recursos, Santa Casa e Estado analisam a estadualização do hospital. De acordo com a Secretaria da Saúde, uma comissão formada por representantes da Santa Casa, Secretaria Municipal de Saúde, Departamento Regional de Saúde (DRS) e coordenadoria debate a proposta. Segundo Prior, as conversas estão avançadas e podem ser concluídas ainda este mês.
Paralisação
A Santa Casa paralisou cirurgias eletivas e atendimentos em setores como radioterapia e fisioterapia no dia 12 de dezembro, por conta de uma dívida de R$ 8 milhões com empresas de medicamentos e materiais hospitalares.
Devido à falta de pagamento, os fornecedores suspenderam a entrega de produtos fundamentais para a realização das operações e dos exames. A suspensão, segundo a unidade, afetou diretamente mil pacientes por dia, a maior parte – 92% – formada por pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
Fonte: G1