Bairro Barra Funda São Paulo


Barra Funda é um distrito situado na região oeste do município de São Paulo, com 5,6 km² de superfície.

Apesar da pequena superfície, o distrito possui em seu território o Terminal Barra Funda, a quadra da Camisa Verde e Branco o Memorial da América Latina, o Estádio Allianz Parque, pertencente ao clube de futebol Palmeiras, os Centros de Treinamento (CT) do mesmo Palmeiras e do São Paulo F.C., prédios empresariais como os da PricewaterhouseCoopers e os estúdios da RecordTV.

Bairro Barra Funda São Paulo

Bairro Barra Funda São Paulo História

Situado em uma área de várzea ao sul do rio Tietê, cortada desde o século XIX por duas ferrovias (Santos-Jundiaí e Sorocabana), foi durante muitos anos uma região de vocação industrial.

Atualmente se tornou uma zona de classe média e pequenos escritórios. Em seu limite se encontram o Parque Fernando Costa (Parque da Água Branca) e o terminal rodoviário da Barra Funda, que funciona junto com a estação terminal da Linha 3 (vermelha) do Metrô de São Paulo.



Foi retratada na obra de Alcântara Machado “Brás, Bexiga e Barra Funda”, que aborda o cotidiano das classes proletárias da cidade de São Paulo na primeira metade do século XX.

Por volta de 1850, a região que corresponde atualmente à Barra Funda fazia parte da antiga Fazenda Iguape, propriedade de Antônio da Silva Prado, o Barão de Iguape. Essa fazenda após loteada deu origem a várias chácaras, entre elas a Chácara do Carvalho, pertencente ao Conselheiro Antônio Prado, neto do Barão de Iguape, e que mais tarde se tornaria prefeito do município de São Paulo.

A importância da família e a grandiosidade dessas terras pode ser expressa pelo fato do Conselheiro Prado ter contratado Luigi Puci, responsável pelo projeto do Museu do Ipiranga, para projetar a casa sede da chácara. Anos depois, a chácara também foi loteada e sua Casa Sede foi adquirida pelo Instituto de Educação Bonni Consilii (que ainda situa-se no local). As outras áreas loteadas deram origem ao distrito da Barra Funda e a parte dos atuais distritos da Casa Verde e Freguesia do Ó.

Logo após o loteamento da área, os primeiros a povoarem a região foram os italianos. Trabalhavam em serrarias e oficinas mecânicas, principalmente para atenderem a população do elitizado bairro vizinho dos Campos Elísios. Muitos também trabalharam na ferrovia que seria inaugurada no final deste século.

O desenvolvimento maior da região ocorreu após a inauguração da Estação Barra Funda da Estrada de Ferro Sorocabana, em 1875, funcionando como escoamento da produção de café paulista e também como armazém dos produtos que eram transportados do porto de Santos para o interior.

Isso incentivou o aumento populacional e a ocupação da região e de seus arredores, que se intensificou com a criação, em 1892, da São Paulo Railway, inaugurada próxima à Estrada Sorocabana, justamente onde se encontra atualmente o Viaduto da Avenida Pacaembu.

O crescimento demográfico na região proporcionado pela ferrovia fez com que essa passasse a trasportar, a partir de 1920, não apenas cargas mas também passageiros. A partir do século XX a população negra começou a povoar a região, alterando a característica essencialmente italiana da Barra Funda.

Avenida Água Branca, atual Avenida Francisco Matarazzo, década de 1920. Arquivo Nacional.
O primeiro bonde elétrico de São Paulo foi lançado em 7 de Maio de 1902, ligando a Barra Funda ao Largo São Bento. Neste trajeto, passava através das ruas Barra Funda, Brigadeiro Galvão, até seu ponto final, na rua Anhanguera.

Esse desenvolvimento comercial do bairro, aliado à grande facilidade no transporte e à proximidade dos elitizados bairro de Higienópolis e Campos Elísios, fez com que parte da elite paulista da indústria e do café se instalasse nessa região ao sul do bairro, entre a linha férrea e as margens do rio Tietê.

Outro fator que colaborou para o desenvolvimento da Barra Funda foi a proximidade com o Parque Industrial das “Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo”, instalado no bairro vizinho da Água Branca, em 1920. As Indústrias Matarazzo empregavam boa parte da população da região, assim como em grande parte da cidade e foram a base do conhecido “Império Matarazzo”, que foi se enfraquecendo até se extinguir na década de 1980.

O desenvolvimento da região sofreu um forte abalo com a crise de 1929, que resultou no fechamento de indústrias e deslocamento da elite dessa região, abandonando seus casarões (alguns se tornaram cortiços mais adiante). Restou basicamente a indústria artesanal com oficinas, marcenarias, serraria ou indústrias alimentícias e têxteis de pequeno porte.

Apesar das aparentes dificuldades, foi nesta época que a Barra Funda viveu uma época de grande manifestação cultural. O bairro expôs para o país grandes paulistanos como Mário de Andrade, que nasceu e viveu no bairro, que conserva até hoje sua antiga residência. Em 1917 foi inaugurado o Teatro São Pedro.

Três anos depois, o Palestra Itália de São Paulo comprou um terreno em que foi construído o Estádio Palestra Itália, pertencente ao clube que em 1942 mudaria seu nome para Sociedade Esportiva Palmeiras.

O Memorial da América Latina, construído por Oscar Niemeyer.
A Barra Funda também foi palco da criação do mais antigo cordão de carnaval da cidade: o Grupo Carnavalesco Barra Funda.

O Grupo foi perseguido por pressão do presidente Getúlio Vargas, que confundiu a associação já que os mesmos utilizavam camisas verdes e calças brancas, mesmas cores da ação Integralista de Plinio Salgado . Finalmente, mudou o nome em 1953 para o cordão Camisa Verde e Branco , mais tarde tornando – se escola de samba em 1972 ganhando o carnaval paulistano por 9 vezes e mantém sua sede no distrito.

A partir da década de 1970 começou a migração nordestina para a região e a atividade industrial, anteriormente um dos grandes pontos fortes da Barra Funda, diminuiu sensivelmente.

Essa situação começou a mudar apenas no final da década seguinte, com a construção do Terminal Intermodal Barra Funda, um dos maiores do país e com importância semelhante ao Terminal Tietê, pois reunia todas os tipos de transporte coletivo existentes na capital paulista: metrô (com a inauguração da estação terminal da linha 3 – Barra Funda), trens das antigas linhas Sorocabana e Santos-Jundiaí, além de ônibus para viagens municipais, intermunicipais e internacionais. Neste mesmo ano (1989) foi concluída a construção do Memorial da América Latina, um grande reduto cultural inaugurado sobre o antigo Largo da Banana e projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer.

Tais obras trouxeram novo desenvolvimento a área, com a revitalização de imóveis antigos, novos estabelecimentos comerciais e inclusive a instalação dos estúdios da Rede Record de televisão, a mais antiga do país em atividade, em 1995. O distrito possui também desde 1973 o Playcenter, maior parque de diversões da cidade.



Neste bairro, também se encontram os Fóruns Trabalhista Rui Barbosa e Criminal Mário Guimarães, além de abrigar a nova sede da Federação Paulista de Futebol. A FPF, antigamente, era situada na Av. Brigadeiro Luiz Antônio, centro da Capital

No ano de 2006, o então governador Cláudio Lembo autorizou a mudança do nome da estação de metrô “Barra Funda” para Palmeiras-Barra Funda, após vários pedidos dos torcedores, seguindo a linha da antiga estação Corinthians-Itaquera, da estação Portuguesa-Tietê e da futura estação da Linha 4 do Metrô, São Paulo-Morumbi.

Bairro Barra Funda São Paulo Rodoviária

Fundada em 1989, a Rodoviária Barra Funda é considerando o segundo maior terminal rodoviário da cidade de São Paulo, perdendo apenas para a Rodoviária Tietê.
Localizada no bairro da Barra Funda, a rodoviária recebe cerca de 40 mil passageiros por dia, e, ao todo, são 40 plataformas disponíveis para a atuação das empresas de ônibus: 12 destinadas ao desembarque e 28 para o embarque de passageiros.

Além das viagens interestaduais e da internacional, são operadas linhas metropolitanas e intermunicipais no mesmo prédio, que também conta com uma das principais estações de trem e metrô de São Paulo.
Atualmente, o local é administrado pela Socicam, que cuida, entre outras coisas, de toda a segurança e manutenção da rodoviária.

Bairro Barra Funda São Paulo CEP

Bairro predominantemente comercial com 20,90% de seus endereços comerciais.

Principais ruas do Bairro Barra Funda

  • CEP 01152-000
    Rua Barra Funda
  • CEP 01151-000
    Rua Brigadeiro Galvão
  • CEP 01136-000
    Rua do Bosque – até 1159/1160
  • CEP 01152-010
    Rua Lopes de Oliveira
  • CEP 01153-000
    Rua Vitorino Carmilo
  • CEP 01140-000
    Avenida Thomás Edison – até 507/508
  • CEP 01137-000
    Rua Cruzeiro
  • CEP 01135-020
    Rua Cônego Vicente Miguel Marino
  • CEP 01154-010
    Rua Lopes Chaves
  • CEP 01137-010
    Rua Norma Pieruccini Giannotti

Outras ruas

  • Rua Padre Luís Alves de Siqueira
  • Rua Lavradio
  • Rua Fuad Naufel
  • Rua Gaspar Ricardo Júnior
  • Rua Solimões
  • Rua das Perdizes
  • Rua Doutor João Fairbanks
  • Rua João de Barros
  • Largo Padre Péricles
  • Avenida Pacaembu – até 499/500
  • Rua Joaquim Manuel de Macedo
  • Rua Doutor Ribeiro de Almeida
  • Rua Tagipuru
  • Praça Vicente Celestino
  • Rua Altieri

O que fazer na Barra Funda São Paulo

Ópera no Theatro São Pedro, torresminho no Valadares, sonho na Dulca, festinha à noite no meio da semana: destaques no perfil de cultura, lazer e comida desse bairro na zona oeste.

O Valadares é um botequim simpático e de boa cozinha, na ativa desde 1962. Sobre as mesas, caipirinhas de pinga e cervejas de garrafa servidas em boa temperatura escoltam porções de torresmo e de costelinha de porco frita ou, quem sabe, de batata-bolinha passada da “serragem” de alho frito, farinha de mandioca e pimenta. Tem polvo ao vinagrete. E testículo de boi à milanesa.

As sardinhas portuguesas e as alheiras distraem o paladar até a chegada dos pratos principais à base de pescados. No Bacalhau, Vinho & Cia., as porções são fartas e alimentam mais de uma pessoa, sempre. Além das muitas variações do peixe que é a especialidade da casa, há outras receitas de frutos do mar, para quem preferir.

No almoço de terça a sábado, a Feijoada da Bia é a atração na casinha na Lopes Chaves. Chegam à mesa cumbuquinhas separadas de feijão-preto e carnes, mais abóbora, couve refogada, arroz, farofa e gomos de laranja. Aos sábados a fila é grande, mas a espera fica mais amena ao som do chorinho e ao sabor do caldinho de feijão e da caipirinha.

Um detalhe: o restaurante da Bia é vizinho da loja de fábrica da doceria Dulca. Quitutes vários, como os deliciosos sonhos recheados de creme, ficam do outro lado da rua.

O Villa Country apresenta novos nomes da música sertaneja e shows de artistas já consagrados.

Theatro São Pedro, inaugurado em 1917, a fim de ser um inovador cineteatro, viveu numa montanha-russa até se tornar referência em montagens de óperas – só perde atualmente para o Municipal como principal palco de música clássica na cidade. Nos anos 1960 e 1970, recebeu grupos teatrais alternativos e engajados e montagens importantes, como “Hair” e “Morte e Vida Severina”. Reformado em 1998, foi destinado a ópera em 2006.

Espaço das Américas inaugurado em 2002, passou por uma grande reforma. Reaberto desde 2012, converteu-se em um dos principais palcos da capital. Já passaram por lá Ivete Sangalo, Roberto Carlos e Los Hermanos; Robert Plant, Noel Gallagher e Slash. O salão principal tem 3 500 metros quadrados e a capacidade total é para 8 000 pessoas.

Parque da Água Branca fica em Perdizes, mas recebe atende o público dos bairros vizinhos, como Pompeia, Barra Funda e a própria Água Branca.

Fundado em 1929, é tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado e pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp). São 137 mil metros quadrados, feirinha de orgânicos e café da manhã (aos sábados), espaço para piquenique, fazendinha, equitação, alamedas, lago de carpas e mais uma porção de atrações ao ar livre.

Oficina Cultural Casa Mário de Andrade: a casa em que viveu o escritor Mário de Andrade, durante praticamente toda a sua vida, hoje é um centro especializado em literatura, com atividades de texto, estudo de gêneros literários, jornalismo e redação. Criado em 1990, já teve entre seus professores e palestrantes José Simão, Ruth Rocha e João Cabral de Melo Neto.

Bairro Barra Funda São Paulo Fotos

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Outras informações

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